05 July 2006

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lost...

encontro

04 July 2006

não

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03 July 2006

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" […] Allá, donde terminan las fronteras, los caminos se borran. Donde empieza el silencio. Avanzo lentamente y pueblo la noche de estrellas, de palabras, de la respiración de un agua remota que me espera donde comienza el alba. […]

[…] Allá, donde los caminos se borran, donde acaba el silencio, invento la desesperación, la mente que me concibe, la mano que me dibuja, el ojo que me descubre. Invento al amigo que me inventa, mi semejante; y a la mujer, mi contrario: torre que corono de banderas, muralla que escalan mis espumas, ciudad devastada que renace lentamente bajo la dominación de mis ojos. Contra el silencio y el bullicio invento la Palabra, libertad que se inventa y me inventa cada día. "

["Libertad bajo palabra" by Octavio Paz /
http://
www.epdlp.com/escritor.php?id=2126 ]

December-Moon by Michel Morgan

sonho

Meu Deus, eu quero a mulher que passa. / seu dorso frio é campo de lírios / Tem sete cores nos seus cabelos / sete esperanças na boca fresca! / Oh! como és linda, mulher que passas / Que me sacias e suplicias / Dentro das noites, dentro dos dias! / Teus sentimentos são poesia / Teus sofrimentos, melancolia. / Teus pêlos leves são relva boa / Fresca e macia./ Teus belos braços são cisnes mansos / Longe das vozes da ventania.

(Vinícius de Moraes )

Hoje acordei me sentindo a mulher que passa... Alguns sonhos fazem a gente pensar. Outros não. Minha cabeça amanheceu misturada.
[ Claudia Ohana - the cover to "Erendira", 1983 Mexican movie]

01 July 2006

abolição

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Sim, eu quero que me faça um poema e que não seja escrito em papel / quero uma obra prima que dispense rascunho/ se aproxime sem hesitação/ concreta como pedra basáltica/ Desta obra eu quero a aniquilação da delicadeza/ quero a sua mente meu cataclisma/ você um bicho regido pela sinfonia do corpo/ todos os gestos prontos e calculados de um sistema solar que se move sem sabe-lo/ apenas acontecendo/ Eu espero que deixe escrever aquilo para o que veio/ que a expressão do seu desejo máximo e das ambições mais humildes seja esta/ uma cachoeira exaltação à natureza/ sem vergonhas obscenas e recalques/ com estranha poesia feita das coisas menos sutis/ ou apenas beleza rude que nasce da vontade humana/ Eu sei/ você irá juntar as palavras e os pedidos pra reescrevê-los/ não somente a palavra pura/ mas as heresias/ os momentos imperfeitos cheios de arritmia e fraqueza/ dos quais nos lembraremos/ Você sabe o que eu quero/ quero este poema que trazes aí latejando com garras e dentes/ quero autonomia e enfrentamento/ espadas em punho prestes a fazer valer pequenas sentenças/ Eu quero o meu poema/ Que seja a dança de um guerreiro e a sua epopéia narrativa/ sua façanha/ E lembre-se/ eu desejo a precisão de todos os milímetros / uma precisão apenas/ uma ousadia/ que venha num discurso escrito por mãos furiosas/ Exijo a proscrição dos suspiros ― adeus suspiros/ Que tudo seja fúria e calor e extermínio/ que o poema termine com falta de ar/ e morra de cansaço/ Entenda/ o poema é meu poema. 29/06/2006
[Picture: Mãos by Géssica Hellmann 2006 ]

http://www.gehspace.com/galeriageh.htm