tempo
O tempo passa varrendo — é um tufão invisível. Perdoa nem realidade virtual nem fantasia. Passaram-se um-dois-três anos e descobri o assalto no meu tempo. A minha identidade cibernética virando pó. Mas e daí? Peguei trem, voei de avião, fui fazer outras coisas. Escrevo menos quando faço ginástica ou namoro. São duas coisas que dão trabalho. Hoje, fazendo faxina eletrônica encontrei parte da memória que só existe em External HD. Nem sei mais se escrevi ou copiei. Bom, fora a mídia, o baú de lembrança é o mesmo. Às vezes o tempo passa e assopra as letras, embaralha as idéias (com acento) e deixa um tipo de rastro qualquer. Nem sempre dá pra se fazer uma ciência forênsica do pensamento. Entender o que passou. A intenção do autor foge dele próprio, não é mesmo? Hoje eu queria estar deitada na praia comendo a palavra dos outros. Época em que eu media o tempo de bronzeado pelo número de páginas de um livro. Saudades. Na verdade senti voltar meu amor pelas palavras. Revirando textos antigos encontrei umas pérolas de desgostos passados, hoje parecendo memória emprestada. Talvez eu ainda tenha algum insight vindo deste rascunho de coisas que fui, senti, pensei e que se empilham em múltiplos layers de mim mesma.
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