azul
abril, gosto tanto de ti; aqui os céus são azuis e contudo se esverdeiam mesclando seu outono à minha primavera; o ar é um cortejo frio e poucas folhas se amarelam, mas o sol é eterno e lúcido olhar sobre a areia cinzenta das ruas; em abril, todo fim de estação é sempre um tempo de adeus; quero me despedir e não quero; lanço as mãos ao ar num aceno, mas meus olhos perduram, ficam, tentando estranho jazigo à sombra deste afeto; aqui, longínquo abril, as buganvílias se preparam pra florir; e a ti, folhas caem sob brancos tapetes feito esquecimento; gosto tanto de ti, ainda sem esquecer os céus que são do mesmo azul; agora, no entanto, sob os pés da nova estação tudo é pedra sem caminho.
[Nap on Cushions by Pierre Boncompain]
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